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Resenha: Star Wars: A Estrela Cadente (Alta República)

Como o livro anterior terminou em um ponto bastante delicado, A Estrela Cadente traz uma história tensa do início ao fim graças à ameaça criada com o tal Nivelador. A era da Alta República não poderia lidar com Sith, pelo menos não diretamente em confronto aos Jedi, por isso os vilões principais da época são os piratas Nihil. Porém, eles realmente pareciam um inimigo pouco convincente de início, afinal são Jedi contra um bando de malucos, mas a grande jogada vem com Marchion Ro, o líder dos Nihil que não se importa nem um pouco com seus lacaios e simplesmente usa o grupo para seus próprios objetivos. A genialidade do personagem compensa sua falta de poder com a Força, aos poucos seus planos vão fazendo sentido e sua história vai sendo revelada. E é no terceiro ato da primeira fase que vemos como os autores conseguem equilibrar as coisas entre vilões e heróis.

O enredo de “A Estrela Cadente” se concentra mais no Farol de Luz Estelar. Desde o final trágico de A Ascensão da Tempestade os Jedi passaram a investir em uma busca pelos Nihil. A Mestre Avar Kriss que liderava os Jedi do Farol partiu em uma busca de Lourna Dee, pois eles acreditavam que ela era a líder dos Nihil e estavam confiantes de que eliminariam completamente a ameaça com sua captura. E para não deixar o Farol sem liderança, Stellan Gios assumiu o papel de Avar Kriss como oficial da estação. O Farol em pouco tempo de operação já havia se tornado uma referência na Orla Exterior, sendo o primeiro lugar para onde aqueles em necessidade se voltavam. Por isso mesmo, a ideia inicial era que a estação espacial fosse móvel, com hyperdrive próprio, mas mesmo sem esse sistema totalmente funcional, ainda era possível rebocar o Farol com um arranjo de naves dando saltos coordenados.  Assim, a estação foi levada até a órbita do planeta Eiram, para auxiliar na reconstrução da estrutura que fornecia água potável para a população.

Mas além dos problemas comuns da galáxia, os Nihil ainda eram um problema real e novamente a República e os Jedi estavam um passo atrás em relação a eles. Enquanto os olhos deles se voltavam para Lourna e Zeetar, Marchion Ro preparava um grande plano.  E buscando ajuda com a Jedi Orla Jareni pois ele ainda sentia sua conexão com a Força instável, Elzar Mann treinava com a Andarilha, os Andarilhos eram Jedi não vinculados ao Alto Conselho, mas ainda parte da Ordem, buscando ir onde a Força os guiava. E por conta dessa visão de Orla que Elzar pediu sua ajuda. Ao fim desse treinamento, Orla chamou os amigos Affie Hollow, Leox Gyasi e Geode, que quando chegam para buscá-los contam sobre os novos ataques Nihil. A primeira parte do plano de Ro envolvia diversos ataques em pontos aparentemente aleatórios da galáxia, tendo como alvos principais os Templos Jedi. Esses ataques eram rápidos, causando estrago e mortes, mas oferecendo a possibilidade de fuga.

Porém os locais e gravidade dos ataques foram cuidadosamente calculados, tudo para minar o poder de resposta dentro da rota até o Farol, com eles ocupados, qualquer coisa que acontecesse na estação teria de esperar e os sobreviventes dos ataques buscaram ajuda no Farol, levando um fluxo de feridos e naves precisando de manutenção para lá, sobrecarregando a estação. Mas entre essas naves, estava uma que levava três Nihil disfarçados, que se misturaram durante a confusão. Dentre os piratas, haviam alguns extremamente devotos a Marchion Ro, ele era muito carismático e conseguia convencer essas pessoas de que os Nihil teriam um futuro brilhante. Os três foram escolhidos por esse motivo e por conta de habilidades específicas para causarem um estrago imenso no Farol.

A vida na estação seguiu normalmente, apesar do trabalho extra por conta dos ataques. Mas despercebidos entre o fluxo de pessoas estavam os três Nihil escolhidos por Marchion, eles se disfarçaram de técnicos e efetuaram o plano com facilidade. Além de terem trazido uma carga escondida na nave que a cada momento que passava, perturbava mais a conexão dos Jedi com a Força. Em outro ponto da galáxia, Avar conseguiu completar a missão dela capturando Lourna Dee, que eles acreditavam ser o Olho dos Nihil, e seguia até o Farol. Mas o clima na estação estava cada vez pior. Aqueles que foram buscar ajuda ficaram presos nas áreas de doca até que a situação se normalizasse e todos fossem liberados, várias pessoas que não queriam estar no mesmo ambiente e sem ter como sair era a receita do desastre. Além disso, uma das criaturas da nave Nihil escapou. Era da mesma espécie daquela que transformou Loden Greatstorm em pó ao final de Ascensão da Tempestade, até então conhecidos como niveladores. Os Jedi ainda sabiam muito pouco sobre elas, mas era uma criatura que basicamente se alimentava da Força, perturbando a conexão dos usuários como os Jedi, fazendo com que eles sentissem medo e se desesperassem. Como todos os Jedi estavam se sentindo assim, começaram a investigar. 

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Mas durante essa investigação a primeira baixa aconteceu. Um dos Jedi foi atacado e transformado em pedra, enquanto outra ficou em um estado de coma. E ainda no Farol havia prisioneiros. Duas delas eram Chancey Yarrow e Nan, ambas Nihil que aparentemente tinham desertado dos piratas e foram capturadas pela República, mas os Nihil enviados por Marchion descobriram isso e as soltaram. E então Avar Kriss chega da missão e pede autorização para atracar, mas antes que pudesse contar a Stellan Gios o que ela descobriu, os Nihil infiltrados causam uma explosão no Farol Luz Estelar. Além da explosão, as comunicações também foram sabotadas, não sendo possível chamar ajuda ou reforços e mesmo as comunicações internas foram afetadas, os módulos de fuga não podiam mais ser ativados e os Jedi já estavam tão esgotados pela ação das criaturas que mal podiam raciocinar claramente, à exceção de Elzar que por conta de sua recente dificuldade de se conectar com a Força era o menos afetado. A bomba rachou o Farol e uma área foi contaminada com radiação. E pra fechar, a gravidade de Eiram estava puxando a estação que logo colidiria com o planeta.

Enfim, o trabalho dos Nihil foi completo. Cada solução sugerida encontrava um obstáculo e todos se encontraram presos no Farol, pois nem uma evacuação era possível, já que as portas dos hangares estavam travadas e a estação estava prestes a se dividir ao meio. Buscando tentar resolver os problemas, alguns Jedi foram encontrados pelo Nivelador e desapareceram. O máximo que conseguiram, foi usar a Nave de Leox para poder pedir ajuda, mas apesar do Conselho Jedi ter respondido, os reforços poderiam chegar muito tarde. E como não eram apenas as vidas dentro do Farol que estavam em perigo, o governo de Eiram deliberava se devia abater a estação espacial antes dela cair no planeta.

Mais um problema surgindo foi o suporte de vida da estação, eles precisavam estabilizar o sistema ou ninguém se salvaria, mas quando Elzar Mann consegue resolver ao menos essa situação, o Farol se parte ao meio. A enfermaria era um dos compartimentos mais delicados, mas o padawan Bell consegue separá-lo do resto do Farol através de uma explosão controlada e um cruzador que estava orbitando a estação consegue usar o raio trator para levar todos em segurança. Naves de vários pontos da galáxia foram até o Farol para auxiliar da forma que fosse possível, e uma dessas naves era a Olhar Elétrico, de Marchion Ro. Sem ser detectado, ele assistiu à queda do maior símbolo da República. Mas Chancey, a ex-Nihil prisioneira do Farol, junto de Nan viu uma forma de ganhar mais tempo e talvez salvar a vida de todos, ela era capaz de consertar os propulsores da estação espacial e mantê-la por mais tempo no ar, ou tirá-la da rota de colisão com a populosa cidade de Barraza no planeta abaixo, e as duas descem até os controles. Enquanto isso, no planeta Eiram, as autoridades ainda discutiam a possibilidade de destruir o resto da estação antes que ela caísse, o que as Rainhas descartaram, afinal seria condenar todos que ainda estivessem no Farol, mas poderia significar a perda de milhares de vidas na colisão. Com a ajuda da República ainda longe e sem esperanças de chegarem a tempo, o Jedi Elzar, sem saber que Chancey tentava consertar os propulsores, teve a mesma ideia, e avisando Stellan, parte na direção dos controles. A maior parte dos passageiros e tripulantes do Farol já tinha sido evacuada com a abertura das portas do porão de carga e da liberação dos módulos de fuga, mas ainda havia alguns que não queriam se separar de suas naves. E Leox bola um plano para conseguir abrir as portas das docas. Ele abriu um buraco no casco da estação e usando luvas magnéticas conseguiu abrir as portas pelo lado de fora, permitindo que todos saíssem com as naves.

Restando apenas poucas pessoas na estação, Elzar desceu até os controles dos propulsores por um elevador de manutenção, mas pelo caminho teve um breve encontro com um nivelador, e mesmo estando com a conexão com a Força um pouco abalada pelas criaturas, esse momento afeta o Jedi, deixando ele confuso e nervoso. Tanto, que quando ele chega aos controles e vê Chancey mexendo nos propulsores, nem sequer espera entender o que acontecia, acreditando que ela estava sabotando o Farol, ele liga o sabre de luz e a corta ao meio. Nan acabou fugindo, com medo de Elzar e conseguiu sair da estação em um módulo de fuga. Stellan foi até os propulsores e mandou Elzar seguir até um módulo, dizendo que sairia logo em seguida. Acontece que mesmo evacuando todos do Farol, a estação ainda cairia em Barraza, então terminar de consertar os propulsores possibilitaria colocar o que sobrou do Farol em uma rota mais segura para cair no oceano, mas Stellan precisava ficar lá para garantir isso. 

O sacrifício do Jedi acaba salvando a vida de milhares de seres, mas o estrago para a República e os Jedi já havia sido feito. E Marchion Ro resolveu não deixar seu maior triunfo passar sem saberem de seu envolvimento. Ele transmitiu uma mensagem para toda a galáxia, usando a frequência do Farol, assumindo sua identidade como líder dos Nihil, e responsável por toda a destruição. A primeira fase da Alta República fecha com uma derrota terrível para os Jedi, mostrando que seu vilão é mais esperto do que a República dava crédito a ele. Novamente vemos que a arrogância dos Jedi é a sua maior fraqueza, como aconteceu nas prequels, dessa vez a queda foi menor, a Ordem continua, mas perdendo peças importantes como Stellan Gios e Orla Jareni. De toda forma, o livro fecha bem o primeiro ciclo da Alta República, trazendo um bom suspense e um gancho para a próxima fase.

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